sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A falência da Indústria Religiosa



Por Hermes C. Fernandes

Por que despertamos o ódio de tanta gente quando expomos a Verdade em contraposição dos métodos e estratégias usadas pela igreja atual? Basta um artigo sobre assuntos polêmicos como a famigerada teologia da prosperidade, para que o ânimo de alguns se altere. Quando comentam em nossos artigos, em vez de exporem seus pensamentos com base nas Escrituras, preferem os ataques pessoais, tentando minar nossa credibilidade e pôr em xeque nossas motivações.
Por incrível que pareça, este não é um fenômeno recente. A igreja primitiva teve que lidar com as mesmas reações, ora por parte dos judeus, ora por parte dos gentios.
Um episódio que pode atestar o que estamos afirmando é o que lemos em Atos 19, e que nos mostra o efeito causado pela atuação do ministério de Paulo em Éfeso.
À medida que as pessoas iam se convertendo à Fé, elas abandonavam suas superstições e crendices. O texto diz que “muitos dos que tinham praticado artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos” (v.19). Até aí, tudo bem. Cada um faz o que quer com o que é seu. Quer rasgar, queimar, quebrar, dar fim, o problema é dele. Mas alguém que assistia resolveu calcular o prejuízo. “Feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil moedas de prata”. Uau! Se Judas traiu Jesus por trinta moedas de prata, e isso já era uma quanta considerável, imagine o que representava uma quantia tão vultuosa: cinqüenta mil moedas de prata!
Pra se ter uma idéia do montante, as trinta moedas recebidas por Judas foram suficientes para adquirir um campo. Isso significa que as 50 mil moedas de prata daria pra comprar cerca de 1666 campos! Tudo isso em livros. O mercado editorial de Éfeso entrou em colapso. Aquelas pessoas que dispuseram seus livros para a fogueira, jamais voltariam a consumir tal literatura.
Devemos estar cientes que a pregação do genuíno Evangelho sempre fere interesses. Alguém vai ter que arcar com o prejuízo.
Não bastasse a quebra do mercado editorial, sobrou também para a indústria religiosa.
O texto diz que “por esse tempo houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. Certo ourives, por nome Demétrio, que fazia de prata miniaturas do templo de Diana, dava não pouco lucro aos artífices. Ele os ajuntou, bem como os oficiais de obras semelhantes, e disse: Senhores, vós bem sabeis que desta indústria vem a nossa prosperidade. E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. Não somente há perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram” (At.19:23-27).
Em outras palavras, a mensagem pregada por Paulo doía no bolso e ainda maculava a reputação deles, colocando-os em descrédito perante a opinião popular. Portanto, era uma questão que envolvia dinheiro e reputação, avareza e vaidade. Para disfarçar, eles alegavam que Diana, sua deusa, estava sendo ultrajada, dando assim um ar de piedade religiosa às suas reivindicações. Foi o suficiente para que houvesse uma manifestação popular. – Grande é Diana dos Efésios! Bradava a turba.
No fundo, no fundo, o que os incomodava não era o culto à deusa. Se o templo de Diana fosse reputado em nada, o que fariam os que viviam da venda de miniaturas dele? Imagine se convencêssemos as pessoas que a Arca da Aliança (tão em voga no meio evangélico hoje em dia) não passava de uma figura de Cristo, e que já não serve pra nada. O que fariam os pastores que distribuem miniaturas da Arca por uma oferta módica de 100 reais?
O que seria daquela cidade se o culto a Diana foi exterminado? E os milhares de romeiros que vinham de todas as partes do mundo para ver de perto da imagem que, segundo o dogma, havia caído de Júpiter?

A pregação do Evangelho causou tamanho impacto que bagunçou o coreto daquela sociedade. Todos os esquemas foram desarmados. Era como se a correia dentada do motor que a mantinha em movimento se arrebentasse. De repente, todas as engrenagens pararam. Alguma providência tinha que ser tomada!
Tomaram dois dos companheiros de Paulo e os levaram ao teatro para apresentá-los à turba enfurecida. Paulo quis se apresentar, mas foi dissuadido por algumas autoridades que lhe eram simpáticas. No meio do tumulto, “uns clamavam de uma maneira, outros de outra, porque o ajuntamento era confuso. A maioria não sabia por que se tinha reunido”(v.32). Eis o retrato fiel de um povo “Maria-vai-com-as-outras”, que só serve de massa de manobra nas mãos dos poderosos.
A maioria sequer sabia o que estava acontecendo. Mas não hesitavam em unir suas vozes aos demais em protesto gratuito e desprovido de sentido.

Quando Alexandre se apresentou diante do povo, acenando com a mão como quem queria apresentar uma defesa, “todos unanimemente levantaram a voz, clamando por quase duas horas: Grande é a Diana dos Efésios!” (v.34). Repare nisso: Diana era considerada deusa em todo o império romano. Mas em Éfeso, seu culto tomou um vulto inédito. Ela não era apenas “Diana”, e sim “Diana dos Efésios”. Algo parecido com o apego que muita gente tem à sua denominação. Cristo deixa de ser Cristo, para ser o “Cristo dos Batistas”, o “Cristo dos Presbiterianos”, o “Cristo dos Pentecostais”, o "Cristo dos Católicos", e assim por diante.

Finalmente, o escrivão da cidade (provavelmente um figurão da sociedade efésia), conseguiu apaziguar a multidão, dizendo: “Efésios, quem é que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que caiu de Júpiter? Ora, não podendo isto ser contraditado, convém que vos aquieteis e nada façais precipitadamente”(vv.35-36). Para tentar controlar o manifesto, o tal escrivão apelou ao dogma religioso. Dogma é aquilo que não se pode contestar. É tabu. Está acima do bem e do mal. Por isso, não se discute. É isso e tá acabado.
A igreja evangélica também tem seus dogmas. Ninguém se dá o trabalho bereiano de averiguar se o que está sendo pregado bate ou não com as Escrituras. Se o líder falou, está dito. E se alguém se atreve a questionar, é logo tachado de herege, e acusado de estar tocando no ungido do Senhor. Creio que isso seja um resquício da velho dogma católico da infalibilidade papal.
Alguém viu quando a estátua caiu de Júpiter? De onde provinha tal certeza? Quem anunciou o fato? Provavelmente foram os sacerdotes do templo de Júpiter, que queriam atrair o público de volta ao templo a qualquer custo.
Há uma indústria religiosa que se alimenta de mentiras, de dogmas inquestionáveis, e de superstições baratas. É esta indústria que corre o risco de quebrar se a verdade do Evangelho for anunciada, e suas mentiras desmascaradas.
Os fiéis não passam de papagaios de pirata, repetindo o que ouvem sem ao menos refletir. Se dissermos que não há mais maldição a ser quebrada, o que será daqueles cuja prosperidade advém desta mentira? Como poderão cobrar para que as pessoas participem de um Encontro num sítio, a fim de que vejam a Deus cara a cara, e assim, sejam libertas de suas maldições?
Veja: compromissos são feitos em cima desses argumentos chulos. A prestação da propriedade adquirida pela igreja. O programa de rádio. O material de propaganda. O salário do pastor. Tudo isso tem que ser garantido pelo esquema montado. É um ciclo retro-alimentado. Se alguém chega pregando algo que contrarie o esquema, é logo taxado de herege, falso profeta, etc., pois interrompe o ciclo, produzindo um colapso na estrutura.
É isto que o Evangelho faz! Todas as estruturas injustas entram em colapso, para que um novo sistema, com engrenagens justas, se erga, tendo como centro o Trono da Graça de Deus.
Acorde, povo de Deus! Voltemos para as Escrituras! Abandonemos a mentira, o argumento falso, o estelionato, e voltemos à prática do primeiro amor. Caso contrário, Deus nos julgará, e reduzirá nossa indústria religiosa (que chamamos carinhosamente de “igreja”) aos escombros.
Não ficará pedra sobre pedra!
 
Fonte:http://www.hermesfernandes.com/2009/09/esvaziando-os-cofres-da-industria.html

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Loucura total


loucura

“Porque a palavra da cruz é deveras loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1Co 1.18)
Se tem uma palavra que caracteriza bem o nosso tempo, sem dúvida é a loucura, mas não é a loucura da palavra da cruz a qual o apóstolo Paulo se refere no versículo destacado, e sim uma total insanidade que caracteriza uma massa evangélica sem identidade, ávidos por entretenimento gospel e analfabetos biblicamente. A palavra de Deus se tornou loucura no Brasil não pela fidelidade a Bíblia, mas pelo triste fato de não pregarem a mesma, de distorcerem o seu sentido para dar base as loucuras importadas que invadem as igrejas brasileiras.
Enquanto a loucura dos homens não for confrontada com a de Deus, continuaremos ligando a tv e nos deparando com os profetas da prosperidade e suas aberrações teológicas, meias ungidas, réplicas de templos antigos etc. E qual é a loucura de Deus? A palavra da cruz, ou seja, o evangelho. Pregar sobre a cruz de Cristo sempre será ofensivo a sabedoria do mundo, uma loucura para os teólogos da prosperidade e para o mundo acadêmico, que é tão dominado pelas filosofias ateístas. Infelizmente não se prega mais sobre a cruz, os pastores têm vergonha, preferem incorporar inúmeros artifícios humanos: autoajuda, psicologia barata, filosofia, marketing etc.
Pela bíblia, percebemos que as coisas não estão bem, a loucura dos homens é que tem sido a marca registrada do crescimento evangélico brasileiro, somos alvos de duras críticas por parte dos que não são crentes, e o pior é que eles não estão errados na maioria das vezes. A solução para esse problema não está na sabedoria humana, a qual Deus tornou louca, mas na “loucura” de Deus,  “Visto como na sabedoria de Deus o mundo pela sua sabedoria não conheceu a Deus, aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação os que creem.” (1Co 1.21). A melhor estratégia para um crescimento saudável da igreja é a pregação do evangelho de Cristo sem misturas ou acréscimos, na sua simplicidade e pureza que humilha a nossa inteligência, justamente por vir de Deus e não do homem, portanto, sejamos loucos de Cristo por pregarmos a palavra da cruz e não por sermos barulhentos e ignorantes.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Como a Igreja deveria ser.


Tá, eu exagerei um pouco no título. Dizer como é o modelo “perfeito” de Igreja é a coisa mais idiota que alguém pode fazer. A diversidade cultural refletida nas mais diversas formas litúrgicas, são uma das coisas mais belas que há no Corpo de Cristo. Na verdade pretendo apontar como a observância dos fundamentos nos guia para longe do ativismo e da paranóia por resultados.

O maior patrimônio da Igreja deve ser a Palavra. Ela é o centro de tudo. O grande espetáculo deve sempre ser sua explanação através das mais diversas formas. Ninguém está acima das Escrituras. Nenhuma experiência deve ser considerada se não estiver em conformidade com a revelação SUFICIENTE que a Bíblia nos traz. Como afirmou Lutero, “Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo que faça chover milagres todos os dias“.

O Governo da Igreja deve ser exercido por pessoas dignas, maduras e capazes de aplicar os princípios bíblicos à vida da comunidade. Direção profética é discernir o que a própria Escritura nos dá como direção. Não é ficar correndo atrás de profecias anencéfalas, de adivinhações ou de promessas de crescimento. A Igreja também não é uma democracia. O que importa é a fidelidade aos fundamentos bíblicos. A voz do povo não é a voz de Deus. Porém é importante que o governo seja exercido na pluralidade. A Igreja é de Cristo. Nós somos apenas mordomos.

Ministérios (ou departamentos) nunca devem estar acima das pessoas. Os dons devem ser valorizados e cada um deve encontrar o lugar onde pode exercer tais dons de maneira efetiva no Reino de Deus. A idade não é um fator determinante para nenhum tipo de trabalho. O que importa é a vocação, dedicação e experiência. Também não há ministério “melhor” que outro. Por isso é aconselhável que os que ensinam colaborem também com o transporte do som ou a limpeza do local. De vez em quando faz bem, pra não se esquecerem que somos todos iguais.

Levita é o judeu que nasceu na tribo de Levi. Você não é um. Aceite isto.

Adoração é tudo que o cristão faz com excelência. Música é apenas uma ínfima parte do que utilizamos para adorar a Deus. Dá perfeitamente pra vivermos sem bandas de louvor. Não seria tão legal, mas ainda sim seria possível.

A agenda da Igreja deve ser leve. Não precisamos ocupar o tempo das pessoas com programações infinitas. Esse papo furado de que “antigamente os cultos tinham 4 horas” não é uma justificativa racional. Se a razão pela qual estamos reunidos for adequada, tenha certeza que as pessoas irão ficar voluntariamente as mesmas 4 horas. Mas isto jamais poderá ser conseguido com imposição.

Cultura é o meio ideal para a tradução das verdades eternas do Evangelho de Cristo. Desprezar a cultura contemporânea é o mesmo que enterrar dons. Não importa o que você pensa. O que importa é se as pessoas estão recebendo um ensino claro e coerente sobre quem é Jesus e sobre o que Ele fez por nós.

Não existe separação entre o santo e o profano. “Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.” (Tito 1:15). Todas as coisas foram criadas por Deus. O uso de tais coisas é que as faz serem boas ou ruins.

O propósito do Evangelho é libertar pessoas. Ou seja, os pastores devem trabalhar para se tornarem inúteis. Manter pessoas debaixo de controle é mutilar a GRAÇA. Cristo não necessita deste tipo de pseudo-ajuda. Mais atrapalha do que ajuda quem tenta resolver problemas com regras e imposições.

Não precisamos esfolar pessoas por causa de dízimos e ofertas. É claro que Deus é generoso de maneiras inimagináveis. Mas não podemos nos esquecer que o favor de Deus não está condicionado à nossa fidelidade. Se estivesse, estaríamos todos ferrados. Se envolver financeiramente na vida da Comunidade (Igreja) é um dever do cristão. Mas se não houver uma motivação adequada, tal pessoa estará apenas cumprindo mais um rito religioso oco e sem poder algum. O propósito de todo ensino é sempre a transformação do entendimento. Afirmar que dar dinheiro é mais importante que “entender” porque o faz, é exatamente o que sustenta o sistema corrupto administrado por falsos pastores inescrupulosos.

Unidade é a coisa mais importante na vida da Igreja. O amor é o vínculo dessa unidade. Não precisamos pensar igual. Não precisamos padronizar formas, pensamentos, condutas ou ideias. Apenas precisamos exercitar o amor, de modo a encontrarmos acordo em todas as circunstâncias.

A Igreja é a comunidade que está acima das questões políticas. Erramos ou acertamos juntos. Sempre. E se alguém militar algum partidarismo, não compreendeu ainda os fundamentos da fé.

Fácil, né?



Fonte: http://www.ariovaldo.com.br/2012/como-a-igreja-deveria-ser/#more-1332

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Acríticos conformados: uma forte tendência na Igreja brasileira.



Por Ruy Marinho
Um perigoso bloqueio intelectual está sendo inserido na mente dos cristãos da igreja brasileira. Trata-se de uma onda de conformismo acrítico, ou seja, a aceitação cômoda de não criticar as palavras e atitudes das pessoas no ambiente eclesiástico, impossibilitando o crente de provar pensamentos e atitudes de maneira biblicamente racional.

O apóstolo Paulo adverte que a nossa fé não deve ser irracional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1, negrito meu).[1] O reformador Calvino alertou que “a fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de ser não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.”[2] Excluindo o senso racional, o cristão ficará intelectualmente enfraquecido e mais propício a aceitar os enganos dos falsos profetas que Cristo nos alertou: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11).
Em primeira análise, percebemos que este bloqueio intelectual é resultante dos famosos terrorismos espirituais, causados por clichês como “não toqueis nos ungidos de Deus” e “não devemos julgar”, que infelizmente são ensinados e defendidos por muitos líderes. Porém, é importante salientar que na verdade trata-se de conceitos teológicos errôneos, dos quais tem como objetivo impossibilitar a pessoa de desenvolver suas faculdades mentais de raciocínio lógico, facilitando o falso líder a ter um controle manipulável dos membros de sua respectiva comunidade.

Aqueles que são resignados a esta condição acrítica, acomodam-se na posição irracional de “crente manipulado”, bloqueando qualquer ação iniciativa e inibindo o desejo de evoluir teologicamente. Ou seja, o crente estará sujeito à restrição de qualquer questão doutrinária e/ou moral, aprisionando sua mente ao ponto de não conseguir discernir mais o certo do errado. Neste caso, as verdades absolutas estão enganosamente contidas nas palavras de seus respectivos líderes e não na Bíblia. Com isso, não há entendimento bíblico correto dos textos sagrados, fazendo com que nos ambientes eclesiais os falsos conceitos ensinados sejam tidos como verdades espirituais absolutas e inquestionáveis.

Para as pessoas nessas condições, uma exortação vinda de alguém sobre o perigo eminente decorrente de algum erro teológico, praticamente não possui efeito, pois a comodidade e a cegueira espiritual é um impedimento para tais pessoas crescerem e se aprofundarem nas verdades bíblicas, bem como desenvolver a verdadeira fé cristã com discernimento e senso crítico. Afinal, a mentira dita várias vezes pelo falso líder torna-se verdade absoluta e a ideia apócrifa do “ungido de Deus incriticável” é facilmente implantada.

Na verdade, seguir este conceito é um tremendo engano, pois a Bíblia mostra exatamente o contrário! Um exemplo claro está em Atos 17:11, onde narra que os crentes de Beréia eram pessoas nobres, porque conferiram nas Escrituras o que ouviram de Paulo, para ver se, de fato, era verdade. Caro leitor, seja sincero! Você tem o costume de conferir na Bíblia tudo o que ouve e vê? Se a resposta for não, você pode estar vivendo algo parecido com o que descrevi acima.

Neste caso, é necessário uma atitude urgente, voltando-se para a Bíblia antes que seja tarde, pois se a mesma é a nossa única regra de fé e conduta, devemos tê-la como bússola para todas as nossas atitudes. Caso contrário, estaremos inconscientemente negando a Bíblia e depositando a nossa esperança em homens. O primeiro passo é desmistificar os dois pontos principais que causam o comodismo acrítico, citados no começo desse artigo.

1 – Não toqueis nos ungidos de Deus!

As passagens bíblicas utilizadas para defender que não devemos “tocar nos ungidos de Deus” são 1Sm 24:6 “E disse [Davi] aos seus homens: o Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor. Dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” e Sl 105:15 “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”.

Baseado nesses dois versículos, muitos líderes tendenciosos criaram uma classe especial de crentes que, segundo eles, seriam absolutamente incriticáveis ou inquestionáveis, como se fossem mediadores exclusivos entre o homem e Deus. Isso é um tremendo engano, pois o nosso único mediador é Jesus Cristo (1Tm 2:5).

Biblicamente, ungir significa “derramar óleo sobre”. Na cultura judaica antiga, era a forma de oficializar um ofício de sacerdote, ou de reis, para credenciá-los a serem mediadores entre Deus e a humanidade. Por esta razão, Jesus é chamado de Cristo ou Messias, palavras que significam “ungido”.

Em 1Sm 24:6, Davi está falando exclusivamente de Saul, que era ungido como rei. Em Sl 105:15, o salmista fala dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Em ambos os casos, o sentido de “tocar”, segundo o contexto, significa utilizar de violência física, maltratar, estender a mão contra. Em momento algum estas passagens são direcionadas contra questionamentos e/ou críticas. Se fosse assim, invalidaria a repreensão do profeta Natan a Davi (2 Sm 12:1-15), a crítica e repreensão de Paulo para com Pedro em seu erro doutrinário (Gl. 2:11-16) e até mesmo o próprio Jesus em várias críticas e repreensões que o mesmo fez aos fariseus (Mateus 23:23 e Lucas 11:23).

No Novo Testamento, o termo “unção” (grego=chrisma) aparece apenas três vezes, dentro de uma mesma passagem, 1 Jo 2:20 e 27, na qual afirma que todos nós recebemos e temos conhecimento da “unção que vem do Santo“, ou seja, todos nós somos capacitados pelo Espírito Santo (2Co 1:21-22). Em comparação, a palavra “ungido” (grego=Christos) é direcionada exclusivamente para Cristo, nunca para os líderes da igreja, nem mesmo aos apóstolos.[3]

Portanto, não existe qualquer possibilidade exegética que dê margem para aplicar as passagens veterotestamentárias em questão aos líderes da igreja, tornando-os incriticáveis e imunes a repreensões. 

 2 – Não devemos julgar!

A primeira passagem Bíblica que devemos analisar, talvez seja a mais usada para afirmar que não devemos julgar aqueles que ensinam conceitos contrários as Escrituras. Trata-se de Mateus 7:1 “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Pegando este versículo isolado, de fato, a interpretação será absoluta para “não julgar”. Porém, jamais devemos interpretar textos bíblicos de maneira isolada, retirando as passagens de seus respectivos contextos. E o contexto direto da passagem nos diz claramente que Jesus não proibiu o julgamento em si, mas um tipo de julgamento específico. Vejamos: “Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mt 7:2-5)

No versículo 1, Jesus disse aos judeus que eles não deveriam julgar. Já do versículo 2 em diante, Cristo dá a razão pela qual eles não poderiam julgar: o julgamento hipócrita! Os judeus estavam condenando os pecados dos irmãos, porém eles próprios estavam praticando as mesmas coisas (e até piores). Imagine como exemplo, uma mulher que abortou uma criança criticando um bandido que matou alguém em um assalto! Por fim, no versículo 5, Cristo diz que devemos primeiramente corrigir os nossos próprios pecados, para somente depois ajudar o nosso irmão, corrigindo-o de seu erro.

Outra passagem bastante utilizada pelos líderes manipuladores é Romanos 14:10, onde diz: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo“. Da mesma forma que Jesus, Paulo não está condenando o julgamento em si, mas sim um julgamento específico. Segundo o contexto, alguns irmãos recém convertidos eram legalistas, com isto os cristãos mais experientes estavam ficando impacientes. Paulo faz uma exortação para que os mesmos sejam mais tolerantes e não julguem os débeis (fracos) na fé, acolhendo-os com aceitação, pois com o tempo o amadurecimento viria naturalmente. Vale lembrar que, o que estava em questão não eram assuntos que comprometiam a ortodoxia cristã, mas sim pontos secundários da fé. Se fosse algo que comprometesse a fé cristã, Paulo com certeza teria outra atitude (Gl 1:6-7, 3:1-5, Fp 3:2, 18-19).

A Bíblia claramente instrui os cristãos a julgar todas as coisas. Prova disto está em João 7:24: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. No contexto da passagem, Cristo está confrontando os judeus que questionaram sua doutrina, e tinham-no acusado de ter um diabo (vs 20) e de quebrar o dia do Sábado curando um homem (Jo 5:1-16). A questão colocada por Jesus é o ato de julgar de maneira exterior e superficial, ou seja, sem conhecer realmente os fatos, tornando o julgamento injusto. O ato de julgar “pela reta justiça” tem como premissa a lei de Deus como padrão pelo qual discernimos as coisas, pois a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática.

1ª Coríntios 5 também é uma base bíblica importante a respeito do nosso dever de julgar. No versículo 3 Paulo declara, sob a inspiração do Espírito, que ele tinha julgado um membro da igreja em Corinto que estava vivendo no pecado de fornicação. Seu julgamento a tal pessoa foi “seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”. Já nos versículos 9 a 13, Paulo lembra aos santos do seu dever de julgar as pessoas que estão dentro da igreja, se elas estão ou não obedecendo à lei de Deus. Aqueles que alegam ser cristãos e são membros da igreja, mas que são julgados como sendo desobedientes a qualquer mandamento da lei de Deus (vs 9-10), devem ser excluídos da comunhão da Igreja. Paulo, sob a inspiração do Espírito, diz para a igreja não tolerar pecadores impertinentes.

Outras passagens bíblicas também indicam que é de nossa responsabilidade julgar. Jesus pergunta às pessoas em Lucas 12:57: “E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?”. Paulo orou para que o amor dos crentes em Filipos “aumentasse mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Fl 1:9). Ele disse aos Corintos: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 1:15).

Os cristãos são solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles também são obrigados a provar se os espíritos são de Deus: “Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora” (1 Jo 4:1). Mesmo nas reuniões cristãs eles devem “julgar” o que ouvem: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem” (1 Co 14:29). Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de passagem não deve ser hospedado se for verificado que não se trata de uma pessoa alicerçada na verdadeira fé ( 2Jo 10,11). Deve ser considerado como anátema (maldição) àqueles que apresentarem algum tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).

Portanto, concluímos que biblicamente é dever de todo Cristão Julgar, fazendo juízo através de suas faculdades mentais de raciocínio. Se alguém ensinar algo em desacordo com as Escrituras – mesmo partindo do líder de sua igreja, esta pessoa deve ser confrontada com a Bíblia, obviamente com respeito e submissão. Ninguém, absolutamente, é intocável ou incriticável, pois não há respaldo bíblico para afirmar que exista um nível de “unção especial” que anule o raciocínio para o entendimento de qualquer coisa falada, ensinada e praticada. Tudo deve ser conferido na Bíblia.

Por fim, alerto que este ato de julgar não significa fazer injúrias ou calúnias, com comportamentos de sarcasmo e desprezo sobre a pessoa que está no erro, mas sim deve ser feito com linguagem sadia e irrepreensível, no âmbito teológico e moral (Tito 2:7-8, 1Pe 3:15-16). Se alguém está desviando-se do Evangelho e pregando heresias, a nossa obrigação é alertar, repreender, exortar e conduzir o pecador ao entendimento bíblico (2Tm 4:2-4). Caso a disciplina seja indispensável, a mesma deve ser aplicada com seriedade, amor e tristeza, sempre objetivando o arrependimento, e não a condenação eterna do pecador, algo que cabe exclusivamente a Deus.

Soli Deo Gloria!

Notas:
[1] – A tradução bíblica utilizada no artigo é a Almeida Revista e Atualizada – SBB.
[2] - CALVINO, João. As Institutas Vol. 3. Casa Ed. Presbiteriana. São Paulo, 1985. P. 25.

[3] – Concordância Fiel do Novo Testamento Grego-Português, Vol 2. – Editora Fiel 

Fonte: [ Bereianos ]

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Eu queria ter palavras para orar...




Eu queria ter palavras para orar, eu queria poder te dizer, que te amo, com o mesmo amor que me amas, mas o que eu faço, as minhas atitudes,  estão fazendo tanto barulho, que nem se consegue mais ouvir minhas palavras.

Quantas vezes eu cantei:
 -Te seguirei, mas meus pés não se moveram na sua direção...
Quantas eu disse:
-Eu não vou mais te deixar, mas nem na porta de casa te deixei chegar...

Quantas vezes eu senti o teu olhar me olhando de longe, como olhou para Pedro no dia da sua prisão.
-Eu morreria por ti, eu dizia como ele.
-Eu não vivo sem ti, eu gritava, mas na primeira esquina estava te negando...

Quantas vezes eu não te ouvi dizer:
-Eis que estou à porta e bato, e me fiz de desentendido, mesmo sabendo que não estavas falando isso para pessoas que não te conheciam, era uma carta para a igreja, era uma carta pra mim, é na porta do meu coração que estás batendo, mas eu não quis te deixar entrar...

Quantas vezes, mesmo sabendo que morreste minha morte, para que eu vivesse sua vida, eu não fui tuas mãos, não fui teus pés, não cheguei nem perto de me parecer com teu coração...

Mas eu continuava gritando que te amava...

Sem grandes palavras para dizer, silêncio, é o que eu posso te dar.

Hoje eu entendo porque não queres que eu peque, Moisés quebrou as tábuas da lei, no pé do monte, como simbolo, do pecado do povo, mas a sua lei não está mais gravada numa pedra, a sua lei está gravada no meu coração.
Você tirou meu coração de pedra e colocou um coração de carne, e hoje quanto peco, eu quebro mais que  a lei, eu quebro meu coração, e isso dói Paizinho, mas nem se compara ao teu sofrimento lá na cruz...

Apenas silêncio, é a coisa mais sincera que posso te dar, qualquer justificativa, qualquer desculpa perde o sentido, quando eu chego aos pés da cruz, nada em minha mãos eu trago somente a tua cruz me agarro...

Aprendi que é melhor um coração sem palavras que palavras sem coração...

Una meu coração ao teu Jesus, crava a eternidade nos meus olhos, faz-me viver para ti...

Quero te dar mais que minhas lágrimas, quero te dar minha vida, não mais em palavras...

Me ensina a te amar, me ensina a orar...

Eu vou ficar aqui, só lágrimas, é o que eu consigo expressar, mas eu sei que me entendes muito mais agora do que quando eu despejei palavras ao teus pés, sem no entanto sentir nada...

Lennon Carvalho, Com os olhos em lágrimas...

http://www.webevangelista.com/2012/07/eu-queria-ter-palavras-para-orar.html

sábado, 7 de julho de 2012

Adorando a Deus ou a nós mesmos?




Por Josemar Bessa

Quem está sendo adorado em nossos cultos? Hoje é comum o pensamento de que o propósito do culto é entreter, animar... A idéia não é adorar a Deus maravilhados no temor santo de Sua graça infinita manifestada em nós por amor a Cristo. O culto deixa assim de ser a agitação de todas as afeições santas produzidas em nós pelo Espírito através da revelação plena de Sua Palavra.

Não! As pessoas se reúnem muitas vezes para consumir, sentar, desfrutar de uma experiências musical, achar um pouco de auto-ajuda e conselhos para interesses próprios não centrados e nem com o propósito de glorificar a Deus. A mensagem deve ser não ofensiva ao ego sensível, não deve gerar desconforto... As pessoas estão ali para consumir como o fazem em teatros, cinema...

Quais são as razões pelas quais a grande maioria das pessoas escolhem onde congregar? Sequer pensam em escolher por causa da pregação das Escrituras que o levem de fato conhecer a Deus mais e mais... escolhem por fatores externos estranhos ao evangelho. A avaliação tem os mesmos aspectos que teriam ao se avaliar um restaurante... O ambiente, as luzes, a música, o ar-condicionado... ou um clube, ou um shopping... que tipo de rapaziada tem lá, que tribo frequenta...

Essa mentalidade abraçada nada mais é que um culto a si mesmo. E hipocritamente uma igreja profana chama isso de um culto “sensível” – Sensível a quem? Quando o objetivo de uma igreja é auto-congratulação ela se tornou idólatra e presta serviço e culto a si mesma e não é mais dirigida pelo mandamento de adorar somente a Deus. O foco está em si mesmo o culto se torna sessões psicológicas cujo principal propósito é gerar bons sentimentos sobre nós mesmos – O que é isso senão idolatria? A violação do primeiro mandamento?

Esta realidade está devorando a “igreja” de nossa geração” – Perdendo o foco de que Cristo é tudo, começamos a perguntar tudo o que podemos encontrar fora dEle que faça a vida satisfatória.

A verdadeira adoração é prestada a um Deus Santo! O que nos leva sempre a reconhecer que somos merecedores do inferno e que segundo tão somente a graça, pelo sangue de Cristo podemos entrar na presença desse Deus santo. Do começo ao fim adoramos o Deus da graça. Portanto a verdadeira adoração é uma perda de toda confiança em si mesmo e vendo somente a obra de Cristo como a centralidade do que somos, vivemos, e que se expressa em nosso culto, ou nosso culto é uma farsa.

Quando acreditamos que devemos ser satisfeitos em vez de Deus ser glorificado em nossa adoração, colocamos Deus abaixo de nós mesmos, com se a adoração e o culto fosse algo para nós e não para Deus. 

Fonte: [ Josemar Bessa ]

terça-feira, 3 de julho de 2012

Se Deus existe, porque existe o mal?

Posted: 02 Jul 2012 03:13 PM PDT



Alemanha

Inicio do século 20
Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:
“Deus criou tudo o que existe?”
Um aluno respondeu valentemente:
“Sim, Ele criou.”
“Deus criou tudo?”
Perguntou novamente o professor.
“Sim senhor”, respondeu o jovem.
O professor respondeu,
“Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?”

O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito.
Outro estudante levantou a mão e disse:
“Posso fazer uma pergunta, professor?”
“Lógico.” Foi a resposta do professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
“Professor, o frio existe?”
“Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?”
O rapaz respondeu:
“De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é susceptível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia.
O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor”
“E, existe a escuridão?”
Continuou o estudante.
O professor respondeu: “Existe.”
O estudante respondeu:
“Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz.
A luz pode-se estudar, a escuridão não!
Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas.
A escuridão não!
Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz.
Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?
Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente”
Finalmente, o jovem perguntou ao professor:
“Senhor, o mal existe?”
O professor respondeu:
“Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.”
E o estudante respondeu:
“O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus.
Deus não criou o mal.
Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz.
O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações.
É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.”
Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado…

sábado, 9 de junho de 2012

Saudades da Igreja de Cristo






Tenho saudades da igreja de Cristo de 15 anos atrás...
Talvez esse seja um dos textos mais difíceis que já escrevi. Porque a tristeza e a saudade são latentes. Mas agradeço a Deus pela oportunidade de estar na igreja na época onde a grande maioria não havia se corrompido pela riqueza e perdidos em seus próprios prazeres.

Tenho saudades do tempo em que os membros se mobilizavam para ir atrás de um irmão desviado. Visitava e orava. Tempos que o amor pelas almas ardia no coração da igreja de Cristo.

Tenho saudades dos hinos antigos que exaltavam o nome do Senhor, onde Cristo era o centro. Onde as notas suaves e o coro levavam a igreja a chorar e se renderem a soberania do Senhor e pelo tudo que ELE é e não pelo que ele poderia dar.

Tenho saudades dos irmãos que se emocionavam quando um irmão se convertia e levantando as mãos se entregavam ao completo senhorio de Cristo. A igreja acolhia e amava esse novo membro do corpo de Cristo.

Tenho saudades de quando o pastor enxergava a igreja como ovelhas e não como clientes, onde a igreja de Cristo não era vista como uma empresa lucrativa.

Tenho saudades de quando a igreja chorava com os que choram, quando a dor do irmão era a nossa dor. Quando a igreja se preocupava uns com os outros.

Tenho saudades do tempo em que os apelos não eram para que a membresia doasse o que tinham e o que não tinham para encher as contas bancárias da liderança corrompida pelo Deus desse século. Saudades dos apelos para que a igreja participasse dos cultos de oração e da escola bíblica.

Tenho saudades do tempo que podia entrar na minha igreja e escutar uma palavra como: Negue a si mesmo! Tome sai cruz! No mundo tereis aflições! Hoje só escuto pregações onde Cristo deixa de ser Deus e se torna o gênio da lâmpada.

Tenho saudades de quando a igreja não precisava de se comparar com o mundo para evangelizar os jovens. Quando a igreja não misturava o santo com o profano. Quando Cristo era o motivo suficiente para que os jovens freqüentassem os cultos.

Tenho saudades da época onde os ministros de louvor não precisavam de aplausos, holofotes e reconhecimento. Onde o louvor era para a glória exclusiva de Deus.

Tenho saudades da época aonde às pessoas iam à igreja para cultuar a Deus em espírito e em verdade. Não como hoje para determinar, profetizar e exigir de Deus benção materiais infinitas.

Tenho saudades de tantas coisas que ficam difícil até mesmo listar todas elas. Tenho certeza que se todos os leitores postarem nos comentários do que tem saudades na igreja de Cristo será o post desse blog mais comentado.

Fico pensando na minha filha. Se quando ela crescer vai conseguir encontrar uma igreja bíblica e não corrompida para congregar junto com sua família.

Triste ver a situação da igreja hoje! O que mais dói é a cegueira de quem está lá dentro! Que defende seus lideres corruptos, ladrões e apostatas.

Sei que existe muitas que ainda não se curvaram ao Deus desse século! E oro para que permaneçam assim.

sábado, 26 de maio de 2012

27 passos para transformar uma igreja em um império


1. Endureça o coração. Seja indiferente com apelos de mães, missionários e pastores em crise ou em dificuldades. O sofrimento deles não é problema seu. Provavelmente ninguém se importou com você quando você sofreu, por que você
2. Seja obstinado. Não deixe ministros, profetas, amigos, colegas, ou qualquer outro a convencê-lo a desistir do seu império.
3. Priorize as coisas. Entre coisas e pessoas fique com as coisas.
4. Valorize os números. Não importa quem saiu ou quem entrou, o importante é o saldo.
5. Fale as massas. Não perca tempo com indivíduos, fale a auditórios, trabalhe no atacado.
6. Invista em mídia. A mídia enche os olhos, os olhos alimentam corações, corações movem bolsos.
7. Ignore críticas. Mantenha-se surdo quando for criticado, faça ouvido de mercador, rotule os críticos como invejosos.
8. Esconda vulnerabilidades. Convença a todos que tanto você como sua instituição não tem problemas, convença aos outros que você não se irrita, que não perde a paciência e que tem tudo sobre controle.
9. Ridicularize os reflexivos. Faça pouco caso de intelectuais, pessoas que estudam e os que são capazes de análises profundas, de modo geral eles são pouco influentes com as massas.
10. Dissimule suas intenções. Nunca, nunca, nunca mesmo deixe os outros descobrirem as suas verdadeiras intenções de formar o seu império eclesiástico. A sua carteira de clientes você chamará de ovelhas, a sua mão de obra barata, você chamará de voluntários, os seus empregados você denominará vocacionados. O que importa é a aparência.
11. Domine a linguagem religiosa. Conheça, use e abuse da linguagem religiosa e dos jargões religiosos.
12. Ofereça entretenimento. Mantenha o povo devidamente entretido com programas que enchem os seus olhos e impressionam os seus sentidos. A música ajuda demais.
13. Mantenha o controle. Sob hipótese alguma permita que o poder que você exerce seja dividido com qualquer pessoa. Não participe de associações, alianças ou entidades que você não possa dar a última palavra. Quanto menos pessoas acessarem os balanços financeiros menos problema você terá na sua escalada de poder.
14. Cerque-se de limitados. Observe sua equipe, cuide para que somente você brilhe, verifique que a sua equipe é composta de pessoas medíocres e que nunca o ameaçarão. Remova os talentosos, não deixe nenhum ameaçador por perto.
15. Invista na estrutura. As paredes e os equipamentos são mais importantes do que os valores, o conforto impressiona mais do que o cuidado. Entre estrutura e pastoreio as pessoas escolherão estrutura.
16. Atente-se para as necessidades. Observe as necessidades do povo e então ofereça o que eles querem, mesmo que você não seja capaz de entregar ofereça. Terá se passado muito tempo entre o momento em que eles aderirem e o dia em que descobrirem que você não tem o produto, nesse período o seu império estará consolidado.
17. Seja místico. O misticismo é vital para atrair pessoas desesperadas e inseguras, ele é capaz de escravizar e cegar. Depois de anos de escravidão no misticismo, a libertação é quase improvável e às vezes impossível. Mais uma vez a música ajuda. Música e misticismo. Manipulação certa.
18. Aparente ética. Faça com que todos acreditem que você é uma ilha de ética em um mar de iniqüidade. Abuse do discurso ético, mesmo que suas práticas não sejam condizentes. Discursos éticos impressionam e são fáceis de serem feitos.
19. Faça caridade. Embora sua preocupação seja outra, não deixe de fazer alguma caridade, faz bem para imagem. Não se esqueça do marketing. Caridade sem propaganda é desperdício.
20. Ria e chore. O sorriso convence as pessoas que você é simpático, o chore convence que você é sensível. Você não deve ser nada disso, contudo as pessoas devem pensar que é.
21. Opte pelos ricos. Não adiante você ter muita gente sobre seu controle se essas pessoas não terem dinheiro no bolso. Atletas, artistas, mesmo os decadentes.
22. Remunere os liderados diretos. A melhor maneira de conquistar fidelidade incondicional e através da dependência financeira, isso é conseguido através de remuneração aos seus liderados diretos, em pouco tempo eles estarão incapacitados para o retorno do mercado de trabalho. Mas atenção! Garante que você tenha o poder de admissão e demissão.
23. Evite aproximações. Mantenha uma distancia segura entre você e seus liderados, suas relações devem ser profissionais. Lembre-se, imperadores não tem amigos, apenas súditos.
24. Negue sempre. Negue que você quer montar um império Ainda que os indícios sejam fortes e as desconfianças tenham procedência. Negue, negue sempre, maior será o número dos que crerão em você do que os que crerão nos que te acusam. Alegue perseguição de recalcados com o seu sucesso.
25. Não temas. Há anos que igrejas-impérios têm manipulado gente, lavado dinheiro, enriquecido velhacos, usado pessoas e adoecido a muitos, e nada tem acontecido. Não vai ser com você que vai acontecer.
26. O mais importante.
Manipule, a massa gosta e não se importa, mesmo que você um dia seja descoberto ainda existirão muitos a sua volta, o suficiente para manter a igreja-império por muitos anos e ainda garantir que seu filho, ou genro herde esse empreendimento.
É possível que agindo assim você tenha em meia década algumas centenas ou mesmo milhares de prosélitos, contribuintes, alem do mais importante, pessoas que não se cansarão de massagear seu ego, afinal é para isso que servem os Impérios, ainda que os chamemos de igrejas.
PS. Agora voce deve estar se perguntando. onde está o passo de numero 27? Afinal o titulo fala de 27, e aqui só aparece 26! Bem o 27, é bem simples! Consiste no seguinte: Nao se preocupe em falar a verdade!!!