segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vamos fazer uma igrejinha dessas pra nós?


Bem, na igrejinha se falavam vários idiomas, tinham todas as cores, etnias, idades e classes sociais… Era de fato uma bagunça !
Era uma igrejinha em que gays e lésbicas não tinham raiva dos crentes, pois os crentes não eram homofóbicos e sempre que estes sofriam algum tipo de agressão por terem uma orientação sexual diferente, os cristãos os defendiam por serem seres humanos.
Na igrejinha, os comunistas vinham para aprender como se luta pela igualdade, liberdade, fraternidade, cooperativismo e respeito mútuo, mesmo que isso, viesse a lhes custar a vida. Alguns comunistas se convertiam, outros não, mas na igrejinha, todos os comunistas crentes e comunistas não-crentes eram tratados iguais, afinal, foi pra aprender isso também que eles foram até a igrejinha.
As feministas foram lá, porque na igrejinha, não se usava a bíblia para justificar o machismo, aliás, pelo contrário, o texto base da fé dessa igrejinha, mostrava um Jesus que conversa com uma samaritana e com uma mulher que seria morta a pedradas por uns machistas da época, e apenas em algumas frases, desarmou completamente a estratégia deles. O texto também ia colocar as mulheres ao lado dos homens e não como inferiores, e ainda mais, orienta os maridos a amar suas mulheres a ponto de entregar sua vida sem pestanejar por elas.
Os intelectuais também frequentavam a igrejinha porque sempre que estavam lá, encontravam pessoas livres de preconceitos morais ou éticos, nem todos na igrejinha eram assim, tão inteligentes ou cultos, mas mesmo assim, mesmo os mais ignorantes e incultos sempre estavam disposto a ouvir e a aprender a perguntar, todos eram curiosos, todos queriam saber mais e mesmo sem concordar, estavam sempre disposto a conversar por horas e humildemente, sem se achar dono da verdade absoluta do mundo e sem ter um discurso arrogante ou sem amor.
Todos os membros viviam de maneira colaborativa, onde os ombros se encontravam, ninguém era maior que ninguém, e ao mesmo tempo, ninguém era igual a ninguém. É difícil explicar, mas eram iguais e diferentes, cada um com seu talento, cada um com sua falha… Não tinha opressores, tinha pastores… Não tinha donos da verdade, tinha mestres… Não tinha pregadores arrogantes, tinha evangelistas… Não tinha um discurso politicamente correto, tinha profetas… Não tinha um proprietário, tinha apóstolos. Todos eram iguais e diferentes.
Então, eu vi minha mãe dizendo que eu tinha que levantar, era hora de ir pra escola e eu acordei e realmente era hora de ir para a escola. A professora Claudete, da 1ª serie já deveria estar me esperando. Durante o café apressado, minha mãe catando tudo que teria que levar para o serviço, contei o sonho pra ela, quando ela parou com a agitação e me disse:
- Foi apenas um sonho, acho que essa igreja não existe
Eu só consegui pensar em uma coisa:
 Vamos fazer uma igrejinha dessas pra nós?


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