segunda-feira, 23 de julho de 2012

Acríticos conformados: uma forte tendência na Igreja brasileira.



Por Ruy Marinho
Um perigoso bloqueio intelectual está sendo inserido na mente dos cristãos da igreja brasileira. Trata-se de uma onda de conformismo acrítico, ou seja, a aceitação cômoda de não criticar as palavras e atitudes das pessoas no ambiente eclesiástico, impossibilitando o crente de provar pensamentos e atitudes de maneira biblicamente racional.

O apóstolo Paulo adverte que a nossa fé não deve ser irracional: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1, negrito meu).[1] O reformador Calvino alertou que “a fé não consiste na ignorância, senão no conhecimento; e este conhecimento há de ser não somente de Deus, senão também de sua divina vontade.”[2] Excluindo o senso racional, o cristão ficará intelectualmente enfraquecido e mais propício a aceitar os enganos dos falsos profetas que Cristo nos alertou: “levantar-se-ão muitos falsos profetas e enganarão a muitos” (Mt 24:11).
Em primeira análise, percebemos que este bloqueio intelectual é resultante dos famosos terrorismos espirituais, causados por clichês como “não toqueis nos ungidos de Deus” e “não devemos julgar”, que infelizmente são ensinados e defendidos por muitos líderes. Porém, é importante salientar que na verdade trata-se de conceitos teológicos errôneos, dos quais tem como objetivo impossibilitar a pessoa de desenvolver suas faculdades mentais de raciocínio lógico, facilitando o falso líder a ter um controle manipulável dos membros de sua respectiva comunidade.

Aqueles que são resignados a esta condição acrítica, acomodam-se na posição irracional de “crente manipulado”, bloqueando qualquer ação iniciativa e inibindo o desejo de evoluir teologicamente. Ou seja, o crente estará sujeito à restrição de qualquer questão doutrinária e/ou moral, aprisionando sua mente ao ponto de não conseguir discernir mais o certo do errado. Neste caso, as verdades absolutas estão enganosamente contidas nas palavras de seus respectivos líderes e não na Bíblia. Com isso, não há entendimento bíblico correto dos textos sagrados, fazendo com que nos ambientes eclesiais os falsos conceitos ensinados sejam tidos como verdades espirituais absolutas e inquestionáveis.

Para as pessoas nessas condições, uma exortação vinda de alguém sobre o perigo eminente decorrente de algum erro teológico, praticamente não possui efeito, pois a comodidade e a cegueira espiritual é um impedimento para tais pessoas crescerem e se aprofundarem nas verdades bíblicas, bem como desenvolver a verdadeira fé cristã com discernimento e senso crítico. Afinal, a mentira dita várias vezes pelo falso líder torna-se verdade absoluta e a ideia apócrifa do “ungido de Deus incriticável” é facilmente implantada.

Na verdade, seguir este conceito é um tremendo engano, pois a Bíblia mostra exatamente o contrário! Um exemplo claro está em Atos 17:11, onde narra que os crentes de Beréia eram pessoas nobres, porque conferiram nas Escrituras o que ouviram de Paulo, para ver se, de fato, era verdade. Caro leitor, seja sincero! Você tem o costume de conferir na Bíblia tudo o que ouve e vê? Se a resposta for não, você pode estar vivendo algo parecido com o que descrevi acima.

Neste caso, é necessário uma atitude urgente, voltando-se para a Bíblia antes que seja tarde, pois se a mesma é a nossa única regra de fé e conduta, devemos tê-la como bússola para todas as nossas atitudes. Caso contrário, estaremos inconscientemente negando a Bíblia e depositando a nossa esperança em homens. O primeiro passo é desmistificar os dois pontos principais que causam o comodismo acrítico, citados no começo desse artigo.

1 – Não toqueis nos ungidos de Deus!

As passagens bíblicas utilizadas para defender que não devemos “tocar nos ungidos de Deus” são 1Sm 24:6 “E disse [Davi] aos seus homens: o Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor, isto é, que eu estenda a mão contra ele, pois é o ungido do Senhor. Dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.” e Sl 105:15 “Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas”.

Baseado nesses dois versículos, muitos líderes tendenciosos criaram uma classe especial de crentes que, segundo eles, seriam absolutamente incriticáveis ou inquestionáveis, como se fossem mediadores exclusivos entre o homem e Deus. Isso é um tremendo engano, pois o nosso único mediador é Jesus Cristo (1Tm 2:5).

Biblicamente, ungir significa “derramar óleo sobre”. Na cultura judaica antiga, era a forma de oficializar um ofício de sacerdote, ou de reis, para credenciá-los a serem mediadores entre Deus e a humanidade. Por esta razão, Jesus é chamado de Cristo ou Messias, palavras que significam “ungido”.

Em 1Sm 24:6, Davi está falando exclusivamente de Saul, que era ungido como rei. Em Sl 105:15, o salmista fala dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Em ambos os casos, o sentido de “tocar”, segundo o contexto, significa utilizar de violência física, maltratar, estender a mão contra. Em momento algum estas passagens são direcionadas contra questionamentos e/ou críticas. Se fosse assim, invalidaria a repreensão do profeta Natan a Davi (2 Sm 12:1-15), a crítica e repreensão de Paulo para com Pedro em seu erro doutrinário (Gl. 2:11-16) e até mesmo o próprio Jesus em várias críticas e repreensões que o mesmo fez aos fariseus (Mateus 23:23 e Lucas 11:23).

No Novo Testamento, o termo “unção” (grego=chrisma) aparece apenas três vezes, dentro de uma mesma passagem, 1 Jo 2:20 e 27, na qual afirma que todos nós recebemos e temos conhecimento da “unção que vem do Santo“, ou seja, todos nós somos capacitados pelo Espírito Santo (2Co 1:21-22). Em comparação, a palavra “ungido” (grego=Christos) é direcionada exclusivamente para Cristo, nunca para os líderes da igreja, nem mesmo aos apóstolos.[3]

Portanto, não existe qualquer possibilidade exegética que dê margem para aplicar as passagens veterotestamentárias em questão aos líderes da igreja, tornando-os incriticáveis e imunes a repreensões. 

 2 – Não devemos julgar!

A primeira passagem Bíblica que devemos analisar, talvez seja a mais usada para afirmar que não devemos julgar aqueles que ensinam conceitos contrários as Escrituras. Trata-se de Mateus 7:1 “Não julgueis, para que não sejais julgados.” Pegando este versículo isolado, de fato, a interpretação será absoluta para “não julgar”. Porém, jamais devemos interpretar textos bíblicos de maneira isolada, retirando as passagens de seus respectivos contextos. E o contexto direto da passagem nos diz claramente que Jesus não proibiu o julgamento em si, mas um tipo de julgamento específico. Vejamos: “Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.” (Mt 7:2-5)

No versículo 1, Jesus disse aos judeus que eles não deveriam julgar. Já do versículo 2 em diante, Cristo dá a razão pela qual eles não poderiam julgar: o julgamento hipócrita! Os judeus estavam condenando os pecados dos irmãos, porém eles próprios estavam praticando as mesmas coisas (e até piores). Imagine como exemplo, uma mulher que abortou uma criança criticando um bandido que matou alguém em um assalto! Por fim, no versículo 5, Cristo diz que devemos primeiramente corrigir os nossos próprios pecados, para somente depois ajudar o nosso irmão, corrigindo-o de seu erro.

Outra passagem bastante utilizada pelos líderes manipuladores é Romanos 14:10, onde diz: “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo“. Da mesma forma que Jesus, Paulo não está condenando o julgamento em si, mas sim um julgamento específico. Segundo o contexto, alguns irmãos recém convertidos eram legalistas, com isto os cristãos mais experientes estavam ficando impacientes. Paulo faz uma exortação para que os mesmos sejam mais tolerantes e não julguem os débeis (fracos) na fé, acolhendo-os com aceitação, pois com o tempo o amadurecimento viria naturalmente. Vale lembrar que, o que estava em questão não eram assuntos que comprometiam a ortodoxia cristã, mas sim pontos secundários da fé. Se fosse algo que comprometesse a fé cristã, Paulo com certeza teria outra atitude (Gl 1:6-7, 3:1-5, Fp 3:2, 18-19).

A Bíblia claramente instrui os cristãos a julgar todas as coisas. Prova disto está em João 7:24: “Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. No contexto da passagem, Cristo está confrontando os judeus que questionaram sua doutrina, e tinham-no acusado de ter um diabo (vs 20) e de quebrar o dia do Sábado curando um homem (Jo 5:1-16). A questão colocada por Jesus é o ato de julgar de maneira exterior e superficial, ou seja, sem conhecer realmente os fatos, tornando o julgamento injusto. O ato de julgar “pela reta justiça” tem como premissa a lei de Deus como padrão pelo qual discernimos as coisas, pois a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática.

1ª Coríntios 5 também é uma base bíblica importante a respeito do nosso dever de julgar. No versículo 3 Paulo declara, sob a inspiração do Espírito, que ele tinha julgado um membro da igreja em Corinto que estava vivendo no pecado de fornicação. Seu julgamento a tal pessoa foi “seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”. Já nos versículos 9 a 13, Paulo lembra aos santos do seu dever de julgar as pessoas que estão dentro da igreja, se elas estão ou não obedecendo à lei de Deus. Aqueles que alegam ser cristãos e são membros da igreja, mas que são julgados como sendo desobedientes a qualquer mandamento da lei de Deus (vs 9-10), devem ser excluídos da comunhão da Igreja. Paulo, sob a inspiração do Espírito, diz para a igreja não tolerar pecadores impertinentes.

Outras passagens bíblicas também indicam que é de nossa responsabilidade julgar. Jesus pergunta às pessoas em Lucas 12:57: “E por que não julgais também por vós mesmos o que é justo?”. Paulo orou para que o amor dos crentes em Filipos “aumentasse mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção” (Fl 1:9). Ele disse aos Corintos: “Falo como a criteriosos; julgai vós mesmos o que digo” (1 Co 1:15).

Os cristãos são solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles também são obrigados a provar se os espíritos são de Deus: “Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora” (1 Jo 4:1). Mesmo nas reuniões cristãs eles devem “julgar” o que ouvem: “Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem” (1 Co 14:29). Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de passagem não deve ser hospedado se for verificado que não se trata de uma pessoa alicerçada na verdadeira fé ( 2Jo 10,11). Deve ser considerado como anátema (maldição) àqueles que apresentarem algum tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).

Portanto, concluímos que biblicamente é dever de todo Cristão Julgar, fazendo juízo através de suas faculdades mentais de raciocínio. Se alguém ensinar algo em desacordo com as Escrituras – mesmo partindo do líder de sua igreja, esta pessoa deve ser confrontada com a Bíblia, obviamente com respeito e submissão. Ninguém, absolutamente, é intocável ou incriticável, pois não há respaldo bíblico para afirmar que exista um nível de “unção especial” que anule o raciocínio para o entendimento de qualquer coisa falada, ensinada e praticada. Tudo deve ser conferido na Bíblia.

Por fim, alerto que este ato de julgar não significa fazer injúrias ou calúnias, com comportamentos de sarcasmo e desprezo sobre a pessoa que está no erro, mas sim deve ser feito com linguagem sadia e irrepreensível, no âmbito teológico e moral (Tito 2:7-8, 1Pe 3:15-16). Se alguém está desviando-se do Evangelho e pregando heresias, a nossa obrigação é alertar, repreender, exortar e conduzir o pecador ao entendimento bíblico (2Tm 4:2-4). Caso a disciplina seja indispensável, a mesma deve ser aplicada com seriedade, amor e tristeza, sempre objetivando o arrependimento, e não a condenação eterna do pecador, algo que cabe exclusivamente a Deus.

Soli Deo Gloria!

Notas:
[1] – A tradução bíblica utilizada no artigo é a Almeida Revista e Atualizada – SBB.
[2] - CALVINO, João. As Institutas Vol. 3. Casa Ed. Presbiteriana. São Paulo, 1985. P. 25.

[3] – Concordância Fiel do Novo Testamento Grego-Português, Vol 2. – Editora Fiel 

Fonte: [ Bereianos ]

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Eu queria ter palavras para orar...




Eu queria ter palavras para orar, eu queria poder te dizer, que te amo, com o mesmo amor que me amas, mas o que eu faço, as minhas atitudes,  estão fazendo tanto barulho, que nem se consegue mais ouvir minhas palavras.

Quantas vezes eu cantei:
 -Te seguirei, mas meus pés não se moveram na sua direção...
Quantas eu disse:
-Eu não vou mais te deixar, mas nem na porta de casa te deixei chegar...

Quantas vezes eu senti o teu olhar me olhando de longe, como olhou para Pedro no dia da sua prisão.
-Eu morreria por ti, eu dizia como ele.
-Eu não vivo sem ti, eu gritava, mas na primeira esquina estava te negando...

Quantas vezes eu não te ouvi dizer:
-Eis que estou à porta e bato, e me fiz de desentendido, mesmo sabendo que não estavas falando isso para pessoas que não te conheciam, era uma carta para a igreja, era uma carta pra mim, é na porta do meu coração que estás batendo, mas eu não quis te deixar entrar...

Quantas vezes, mesmo sabendo que morreste minha morte, para que eu vivesse sua vida, eu não fui tuas mãos, não fui teus pés, não cheguei nem perto de me parecer com teu coração...

Mas eu continuava gritando que te amava...

Sem grandes palavras para dizer, silêncio, é o que eu posso te dar.

Hoje eu entendo porque não queres que eu peque, Moisés quebrou as tábuas da lei, no pé do monte, como simbolo, do pecado do povo, mas a sua lei não está mais gravada numa pedra, a sua lei está gravada no meu coração.
Você tirou meu coração de pedra e colocou um coração de carne, e hoje quanto peco, eu quebro mais que  a lei, eu quebro meu coração, e isso dói Paizinho, mas nem se compara ao teu sofrimento lá na cruz...

Apenas silêncio, é a coisa mais sincera que posso te dar, qualquer justificativa, qualquer desculpa perde o sentido, quando eu chego aos pés da cruz, nada em minha mãos eu trago somente a tua cruz me agarro...

Aprendi que é melhor um coração sem palavras que palavras sem coração...

Una meu coração ao teu Jesus, crava a eternidade nos meus olhos, faz-me viver para ti...

Quero te dar mais que minhas lágrimas, quero te dar minha vida, não mais em palavras...

Me ensina a te amar, me ensina a orar...

Eu vou ficar aqui, só lágrimas, é o que eu consigo expressar, mas eu sei que me entendes muito mais agora do que quando eu despejei palavras ao teus pés, sem no entanto sentir nada...

Lennon Carvalho, Com os olhos em lágrimas...

http://www.webevangelista.com/2012/07/eu-queria-ter-palavras-para-orar.html

sábado, 7 de julho de 2012

Adorando a Deus ou a nós mesmos?




Por Josemar Bessa

Quem está sendo adorado em nossos cultos? Hoje é comum o pensamento de que o propósito do culto é entreter, animar... A idéia não é adorar a Deus maravilhados no temor santo de Sua graça infinita manifestada em nós por amor a Cristo. O culto deixa assim de ser a agitação de todas as afeições santas produzidas em nós pelo Espírito através da revelação plena de Sua Palavra.

Não! As pessoas se reúnem muitas vezes para consumir, sentar, desfrutar de uma experiências musical, achar um pouco de auto-ajuda e conselhos para interesses próprios não centrados e nem com o propósito de glorificar a Deus. A mensagem deve ser não ofensiva ao ego sensível, não deve gerar desconforto... As pessoas estão ali para consumir como o fazem em teatros, cinema...

Quais são as razões pelas quais a grande maioria das pessoas escolhem onde congregar? Sequer pensam em escolher por causa da pregação das Escrituras que o levem de fato conhecer a Deus mais e mais... escolhem por fatores externos estranhos ao evangelho. A avaliação tem os mesmos aspectos que teriam ao se avaliar um restaurante... O ambiente, as luzes, a música, o ar-condicionado... ou um clube, ou um shopping... que tipo de rapaziada tem lá, que tribo frequenta...

Essa mentalidade abraçada nada mais é que um culto a si mesmo. E hipocritamente uma igreja profana chama isso de um culto “sensível” – Sensível a quem? Quando o objetivo de uma igreja é auto-congratulação ela se tornou idólatra e presta serviço e culto a si mesma e não é mais dirigida pelo mandamento de adorar somente a Deus. O foco está em si mesmo o culto se torna sessões psicológicas cujo principal propósito é gerar bons sentimentos sobre nós mesmos – O que é isso senão idolatria? A violação do primeiro mandamento?

Esta realidade está devorando a “igreja” de nossa geração” – Perdendo o foco de que Cristo é tudo, começamos a perguntar tudo o que podemos encontrar fora dEle que faça a vida satisfatória.

A verdadeira adoração é prestada a um Deus Santo! O que nos leva sempre a reconhecer que somos merecedores do inferno e que segundo tão somente a graça, pelo sangue de Cristo podemos entrar na presença desse Deus santo. Do começo ao fim adoramos o Deus da graça. Portanto a verdadeira adoração é uma perda de toda confiança em si mesmo e vendo somente a obra de Cristo como a centralidade do que somos, vivemos, e que se expressa em nosso culto, ou nosso culto é uma farsa.

Quando acreditamos que devemos ser satisfeitos em vez de Deus ser glorificado em nossa adoração, colocamos Deus abaixo de nós mesmos, com se a adoração e o culto fosse algo para nós e não para Deus. 

Fonte: [ Josemar Bessa ]

terça-feira, 3 de julho de 2012

Se Deus existe, porque existe o mal?

Posted: 02 Jul 2012 03:13 PM PDT



Alemanha

Inicio do século 20
Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta:
“Deus criou tudo o que existe?”
Um aluno respondeu valentemente:
“Sim, Ele criou.”
“Deus criou tudo?”
Perguntou novamente o professor.
“Sim senhor”, respondeu o jovem.
O professor respondeu,
“Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e partindo do preceito de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau?”

O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era um mito.
Outro estudante levantou a mão e disse:
“Posso fazer uma pergunta, professor?”
“Lógico.” Foi a resposta do professor.
O jovem ficou de pé e perguntou:
“Professor, o frio existe?”
“Que pergunta é essa? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?”
O rapaz respondeu:
“De fato, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é susceptível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia.
O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor”
“E, existe a escuridão?”
Continuou o estudante.
O professor respondeu: “Existe.”
O estudante respondeu:
“Novamente comete um erro, senhor, a escuridão também não existe. A escuridão na realidade é a ausência de luz.
A luz pode-se estudar, a escuridão não!
Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas.
A escuridão não!
Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz.
Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim?
Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente”
Finalmente, o jovem perguntou ao professor:
“Senhor, o mal existe?”
O professor respondeu:
“Claro que sim, lógico que existe, como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo, essas coisas são do mal.”
E o estudante respondeu:
“O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores, o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus.
Deus não criou o mal.
Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz.
O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações.
É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.”
Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado…

sábado, 9 de junho de 2012

Saudades da Igreja de Cristo






Tenho saudades da igreja de Cristo de 15 anos atrás...
Talvez esse seja um dos textos mais difíceis que já escrevi. Porque a tristeza e a saudade são latentes. Mas agradeço a Deus pela oportunidade de estar na igreja na época onde a grande maioria não havia se corrompido pela riqueza e perdidos em seus próprios prazeres.

Tenho saudades do tempo em que os membros se mobilizavam para ir atrás de um irmão desviado. Visitava e orava. Tempos que o amor pelas almas ardia no coração da igreja de Cristo.

Tenho saudades dos hinos antigos que exaltavam o nome do Senhor, onde Cristo era o centro. Onde as notas suaves e o coro levavam a igreja a chorar e se renderem a soberania do Senhor e pelo tudo que ELE é e não pelo que ele poderia dar.

Tenho saudades dos irmãos que se emocionavam quando um irmão se convertia e levantando as mãos se entregavam ao completo senhorio de Cristo. A igreja acolhia e amava esse novo membro do corpo de Cristo.

Tenho saudades de quando o pastor enxergava a igreja como ovelhas e não como clientes, onde a igreja de Cristo não era vista como uma empresa lucrativa.

Tenho saudades de quando a igreja chorava com os que choram, quando a dor do irmão era a nossa dor. Quando a igreja se preocupava uns com os outros.

Tenho saudades do tempo em que os apelos não eram para que a membresia doasse o que tinham e o que não tinham para encher as contas bancárias da liderança corrompida pelo Deus desse século. Saudades dos apelos para que a igreja participasse dos cultos de oração e da escola bíblica.

Tenho saudades do tempo que podia entrar na minha igreja e escutar uma palavra como: Negue a si mesmo! Tome sai cruz! No mundo tereis aflições! Hoje só escuto pregações onde Cristo deixa de ser Deus e se torna o gênio da lâmpada.

Tenho saudades de quando a igreja não precisava de se comparar com o mundo para evangelizar os jovens. Quando a igreja não misturava o santo com o profano. Quando Cristo era o motivo suficiente para que os jovens freqüentassem os cultos.

Tenho saudades da época onde os ministros de louvor não precisavam de aplausos, holofotes e reconhecimento. Onde o louvor era para a glória exclusiva de Deus.

Tenho saudades da época aonde às pessoas iam à igreja para cultuar a Deus em espírito e em verdade. Não como hoje para determinar, profetizar e exigir de Deus benção materiais infinitas.

Tenho saudades de tantas coisas que ficam difícil até mesmo listar todas elas. Tenho certeza que se todos os leitores postarem nos comentários do que tem saudades na igreja de Cristo será o post desse blog mais comentado.

Fico pensando na minha filha. Se quando ela crescer vai conseguir encontrar uma igreja bíblica e não corrompida para congregar junto com sua família.

Triste ver a situação da igreja hoje! O que mais dói é a cegueira de quem está lá dentro! Que defende seus lideres corruptos, ladrões e apostatas.

Sei que existe muitas que ainda não se curvaram ao Deus desse século! E oro para que permaneçam assim.

sábado, 26 de maio de 2012

27 passos para transformar uma igreja em um império


1. Endureça o coração. Seja indiferente com apelos de mães, missionários e pastores em crise ou em dificuldades. O sofrimento deles não é problema seu. Provavelmente ninguém se importou com você quando você sofreu, por que você
2. Seja obstinado. Não deixe ministros, profetas, amigos, colegas, ou qualquer outro a convencê-lo a desistir do seu império.
3. Priorize as coisas. Entre coisas e pessoas fique com as coisas.
4. Valorize os números. Não importa quem saiu ou quem entrou, o importante é o saldo.
5. Fale as massas. Não perca tempo com indivíduos, fale a auditórios, trabalhe no atacado.
6. Invista em mídia. A mídia enche os olhos, os olhos alimentam corações, corações movem bolsos.
7. Ignore críticas. Mantenha-se surdo quando for criticado, faça ouvido de mercador, rotule os críticos como invejosos.
8. Esconda vulnerabilidades. Convença a todos que tanto você como sua instituição não tem problemas, convença aos outros que você não se irrita, que não perde a paciência e que tem tudo sobre controle.
9. Ridicularize os reflexivos. Faça pouco caso de intelectuais, pessoas que estudam e os que são capazes de análises profundas, de modo geral eles são pouco influentes com as massas.
10. Dissimule suas intenções. Nunca, nunca, nunca mesmo deixe os outros descobrirem as suas verdadeiras intenções de formar o seu império eclesiástico. A sua carteira de clientes você chamará de ovelhas, a sua mão de obra barata, você chamará de voluntários, os seus empregados você denominará vocacionados. O que importa é a aparência.
11. Domine a linguagem religiosa. Conheça, use e abuse da linguagem religiosa e dos jargões religiosos.
12. Ofereça entretenimento. Mantenha o povo devidamente entretido com programas que enchem os seus olhos e impressionam os seus sentidos. A música ajuda demais.
13. Mantenha o controle. Sob hipótese alguma permita que o poder que você exerce seja dividido com qualquer pessoa. Não participe de associações, alianças ou entidades que você não possa dar a última palavra. Quanto menos pessoas acessarem os balanços financeiros menos problema você terá na sua escalada de poder.
14. Cerque-se de limitados. Observe sua equipe, cuide para que somente você brilhe, verifique que a sua equipe é composta de pessoas medíocres e que nunca o ameaçarão. Remova os talentosos, não deixe nenhum ameaçador por perto.
15. Invista na estrutura. As paredes e os equipamentos são mais importantes do que os valores, o conforto impressiona mais do que o cuidado. Entre estrutura e pastoreio as pessoas escolherão estrutura.
16. Atente-se para as necessidades. Observe as necessidades do povo e então ofereça o que eles querem, mesmo que você não seja capaz de entregar ofereça. Terá se passado muito tempo entre o momento em que eles aderirem e o dia em que descobrirem que você não tem o produto, nesse período o seu império estará consolidado.
17. Seja místico. O misticismo é vital para atrair pessoas desesperadas e inseguras, ele é capaz de escravizar e cegar. Depois de anos de escravidão no misticismo, a libertação é quase improvável e às vezes impossível. Mais uma vez a música ajuda. Música e misticismo. Manipulação certa.
18. Aparente ética. Faça com que todos acreditem que você é uma ilha de ética em um mar de iniqüidade. Abuse do discurso ético, mesmo que suas práticas não sejam condizentes. Discursos éticos impressionam e são fáceis de serem feitos.
19. Faça caridade. Embora sua preocupação seja outra, não deixe de fazer alguma caridade, faz bem para imagem. Não se esqueça do marketing. Caridade sem propaganda é desperdício.
20. Ria e chore. O sorriso convence as pessoas que você é simpático, o chore convence que você é sensível. Você não deve ser nada disso, contudo as pessoas devem pensar que é.
21. Opte pelos ricos. Não adiante você ter muita gente sobre seu controle se essas pessoas não terem dinheiro no bolso. Atletas, artistas, mesmo os decadentes.
22. Remunere os liderados diretos. A melhor maneira de conquistar fidelidade incondicional e através da dependência financeira, isso é conseguido através de remuneração aos seus liderados diretos, em pouco tempo eles estarão incapacitados para o retorno do mercado de trabalho. Mas atenção! Garante que você tenha o poder de admissão e demissão.
23. Evite aproximações. Mantenha uma distancia segura entre você e seus liderados, suas relações devem ser profissionais. Lembre-se, imperadores não tem amigos, apenas súditos.
24. Negue sempre. Negue que você quer montar um império Ainda que os indícios sejam fortes e as desconfianças tenham procedência. Negue, negue sempre, maior será o número dos que crerão em você do que os que crerão nos que te acusam. Alegue perseguição de recalcados com o seu sucesso.
25. Não temas. Há anos que igrejas-impérios têm manipulado gente, lavado dinheiro, enriquecido velhacos, usado pessoas e adoecido a muitos, e nada tem acontecido. Não vai ser com você que vai acontecer.
26. O mais importante.
Manipule, a massa gosta e não se importa, mesmo que você um dia seja descoberto ainda existirão muitos a sua volta, o suficiente para manter a igreja-império por muitos anos e ainda garantir que seu filho, ou genro herde esse empreendimento.
É possível que agindo assim você tenha em meia década algumas centenas ou mesmo milhares de prosélitos, contribuintes, alem do mais importante, pessoas que não se cansarão de massagear seu ego, afinal é para isso que servem os Impérios, ainda que os chamemos de igrejas.
PS. Agora voce deve estar se perguntando. onde está o passo de numero 27? Afinal o titulo fala de 27, e aqui só aparece 26! Bem o 27, é bem simples! Consiste no seguinte: Nao se preocupe em falar a verdade!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Às vezes a gente cansa


A gente cansa de saber verdades, de ver que tudo é vaidade.  A gente cansa de tocar chavões, de cantar repetições, de andar no meio da multidão e perceber que é um estranho a tudo que se chama normalidade.

A gente cansa de ser estranho. Cansa de pensar a fé, de andar com os próprios pés, de ver com os próprios olhos. A gente cansa de não ser guiado por qualquer modinha... A gente cansa por andar por este caminho, estreito, árduo, difícil, embora sejamos livres!

Mas a liberdade também cansa. Ela cansa porque nos liberta da omissão – ser livre requer trabalho, mão no arado, requer produção, caso contrário, a inércia é prisão.

Cansa-me ver as igrejas inchando, o sincretismo se multiplicando, o reino se dividindo, as pessoas “glorificando”, dando brados de vitória e entendendo que estamos progredindo, mas não: chegamos ao caos da banalização da fé. Por isso me cansa se opor a tudo isso.

 “Os que esperam no Senhor renovarão as suas forças, subirão com asas como águia; correrão e não se cansarão; caminharão e não se fatigarão”. ISAÍAS 40:31

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Antognoni Misael, renovando-se no Senhor.


http://www.webevangelista.com/2012/05/as-vezes-gente-cansa.html

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sou um péssimo pastor


Desculpe-me, mas sou um péssimo pastor...


...porque eu não vou mudar a minha voz para que você sinta segurança, achando que tenho alguma autoridade, quando eu falar;
...porque eu não vou pensar por você para facilitar sua jornada espiritual;
...porque eu não vou falar mais alto do que você precisa para ouvir;
...porque eu não vou lhe ensinar a determinar ou dar ordens ao Pai, como um filho mimado o faz;
...porque eu não lhe dizer que você é um vencedor quando o a sua espiritualidade está falida;
...porque eu não vou lhe ensinar a temer a Deus mais do que a amá-lo;
...porque eu não lhe direi que você é especial simplesmente por estar frequentando uma Igreja;
...porque eu não alimentarei o seu ego pregando somente as coisas que você gosta de ouvir;
...porque eu não lhe ensinarei a ser próspero a qualquer custo enquanto o mundo morre de fome;
...porque eu não lhe ensinarei a mover as mãos de Deus através de uma oferta sacrificial;
...porque eu não lhe direi que Deus me revelou algo que não está no texto, somente para fazer a mensagem melhor para você;
...porque eu não lhe direi que você não pode beber, se tatuar, ouvir músicas que não tocam na Igreja somente para facilitar o meu pastoreio;
...porque eu não vou lhe ensinar que a igreja de quatro paredes é a casa de Deus;
...porque eu não vou lhe ensinar que se você entregar o dízimo sua responsabilidade com os necessitados estará cumprida;
...porque eu não vou transformar a reunião do culto numa rave para que você fique atraído pelo ambiente;
...porque eu não vou lhe ensinar a marchar por Jesus, enquanto Ele quer que marchemos pelo próximo;
...porque eu não lhe darei uma lista do que pode ou do que não pode para você farisaicamente siga um mandamento no lugar de um Deus;
...porque eu não lhe ensinarei que há um Diabo maior do que a Bíblia conta somente para você poder colocar em alguém a sua culpa;
...porque eu não lhe ocultarei os meus erros para você pensar que é liderado por alguém melhor que você;
...porque eu não vou falar em nenhuma outra língua além da que você consegue compreender;
...porque eu não lhe tratarei melhor por causa do carro que você anda, da roupa que você veste ou do dinheiro que você põe no gazofilácio.

Dentre muitas outras coisas que poderia dizer: fique certo: sou um péssimo pastor.